Em uma ligação histórica, Kamala Harris parabeniza Donald Trump pela vitória, marcando sua volta à presidência dos EUA quatro anos após sua saída.
Na eleição presidencial dos Estados Unidos de 2024, um momento marcante ocorreu com a vice-presidente Kamala Harris ligando para Donald Trump para reconhecer oficialmente sua derrota e parabenizá-lo pela vitória.
Esse telefonema foi confirmado por assessores próximos à vice-presidente, segundo reportagens do The New York Times e da agência Reuters. Esse gesto de Harris representa uma transição de poder considerada um dos pilares da democracia americana, ainda que, desde a noite da apuração, ela tenha se mantido sem declarações públicas.A eleição de 2024 foi realizada em 5 de novembro e teve uma apuração intensa, com a confirmação da vitória de Trump sendo anunciada na manhã do dia seguinte.
Ele conquistou 292 delegados no Colégio Eleitoral, ultrapassando os 270 necessários para a vitória, segundo projeções de diversos veículos de mídia. Entre os estados decisivos, Trump garantiu vitórias em locais como Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte, regiões que desempenham um papel fundamental em definir o resultado de uma eleição presidencial nos Estados Unidos.
Outros dois estados ainda estavam em apuração na manhã do dia 6, mas já não influenciariam o resultado final.Com essa vitória, Trump retorna ao cargo de presidente dos EUA quatro anos após ter perdido a reeleição em 2020 para Joe Biden. Na época, ele se recusou a reconhecer a derrota, gerando tensões políticas que culminaram em um dos eventos mais notórios da política americana recente: a invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump, inconformados com o resultado, tentaram interromper a certificação da vitória de Biden. Em um rompimento com a tradição americana, Trump deixou a Casa Branca em janeiro de 2021 sem comparecer à posse de Biden, algo que não acontecia desde o século 19.Após sua saída da presidência, Trump permaneceu uma figura influente dentro do Partido Republicano, mesmo enfrentando uma série de processos judiciais.
Ao longo dos últimos anos, ele foi alvo de quatro grandes investigações que resultaram em processos criminais. Em um deles, relacionado a fraude fiscal, ele foi condenado, mas a sentença foi adiada para um período após as eleições. Essa condenação, no entanto, não afetou sua base de apoio nem sua capacidade de angariar votos.
Durante a campanha de 2024, Trump baseou sua plataforma política em temas como a redução de impostos e o combate à imigração irregular, focando em políticas que visam controlar o fluxo de imigrantes e estimular a economia americana por meio de cortes fiscais.
Entre suas propostas mais fortes estavam o aumento das tarifas sobre produtos importados e a implementação de uma política fiscal agressiva para reduzir o custo de vida nos EUA. A campanha de Trump também enfatizou a importância de apoiar as indústrias americanas e proteger empregos, uma estratégia que ele já havia utilizado em suas campanhas anteriores, tanto em 2016 quanto em 2020.Outra figura importante que deu apoio a Trump nessa eleição foi o bilionário Elon Musk.
O CEO da Tesla e da SpaceX não só participou de comícios ao lado de Trump, mas também fez doações substanciais para a campanha e organizou ações promocionais para angariar apoio, chegando até a sortear prêmios em dinheiro para eleitores que declarassem apoio ao candidato republicano. Em um dos episódios mais comentados da campanha, Musk sorteou valores significativos entre os apoiadores de Trump, uma ação que acabou chamando a atenção das autoridades e sendo investigada pela Justiça.
Apesar do clima tenso e polarizado da campanha, Trump conseguiu vencer as primárias republicanas com relativa facilidade, tendo como principal concorrente interna a ex-embaixadora Nikki Haley, que desistiu da disputa ainda em março de 2024. No entanto, a trajetória da campanha de Trump não foi isenta de perigos. Em um comício na Pensilvânia, realizado em julho, o então candidato sofreu um atentado ao ser atingido de raspão por um tiro na orelha. Felizmente, o ferimento foi leve, mas o incidente destacou o risco constante que ele enfrentava enquanto viajava pelo país promovendo sua candidatura.
Em setembro, outra tentativa de ataque foi registrada, quando um homem armado foi preso próximo a um campo de golfe onde Trump estava, mas, novamente, o republicano saiu ileso. Agora, com a vitória garantida, Trump se prepara para um segundo mandato que promete ser marcado por grandes desafios e promessas de mudança. Ao conquistar o Colégio Eleitoral, ele retorna à Casa Branca com uma agenda clara, focada principalmente em questões econômicas e de segurança. Entre suas prioridades estão a deportação em massa de imigrantes ilegais e a implementação de tarifas para proteger a indústria nacional.
Além disso, Trump reiterou seu compromisso com o corte de impostos para empresas, uma medida que, segundo ele, tem o potencial de revitalizar a economia e atrair investimentos.No entanto, as implicações dessa eleição vão além das políticas que serão implementadas nos próximos anos. O retorno de Trump ao poder representa uma segunda chance para o republicano consolidar seu legado político, mas também limita suas opções futuras, uma vez que, pela legislação americana, ele não poderá se candidatar a um terceiro mandato após concluir esse segundo período presidencial.
Por outro lado, a eleição de 2024 será lembrada como um dos capítulos mais polarizados e intensos da história recente dos Estados Unidos, com ambos os candidatos representando visões de mundo profundamente divergentes e um país dividido em linhas políticas e ideológicas. Kamala Harris, ao fazer a ligação para Trump e reconhecer a derrota, manteve a tradição de transição pacífica de poder, uma das bases da democracia americana, mas também sinalizou o encerramento de uma era de governo progressista que, segundo analistas, pode influenciar as direções políticas do país nos próximos anos.
À medida que Trump se prepara para assumir novamente o cargo, o cenário político dos Estados Unidos caminha para um novo período de reestruturações e disputas, especialmente em relação às políticas de imigração, segurança e economia. Esse segundo mandato de Trump é esperado com grande atenção pela comunidade internacional, que também observa como a política americana impactará o cenário global.Para mais informações, veja o link completo para a notícia na Exame.